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Brincando no pôr do sol, com Simone de Moraes.

Foto do escritor: Brena RenataBrena Renata

Atualizado: 7 de jun. de 2023


@simonedemoraes.arte

Resolvi iniciar as postagens no blog falando um pouco da mulher que foi um divisor de águas na minha trajetória artística, minha “ídola” Simone de Moraes. Além de professora maravilhosa, uma profissional séria, uma pessoa doce e encantadora! A Rainha do lápis de cor que mudou meu modo de olhar para as cores.


Ao escrever sobre a Si, (desculpa gente, conquistei o direito desse abuso rs), só me veio a mente falar sobre “emoção”. Mais do que a emoção de ter contato com esta artista que tanto admiro é ser tocada por suas obras frequentemente, seja pela técnica ou pelo tema empregado. Por isso posso dizer com segurança que me sinto emocionada com seus trabalhos, sua trajetória e seu amor pelo lápis de cor.


Uma das obras da Simone que mais tenho admiração é a “Brincando no pôr do sol”, uma pintura que consegue provocar emoções desde o primeiro momento em que olhamos para ela. Acredito que a Simone conseguiu construir este resultado emocionante a partir da relação afetiva estabelecida com a criança representada no desenho.

“É uma arte muito significativa para mim, pois o garotinho brincando na praia é meu sobrinho. A imagem foi escolhida para presentear o meu irmão. Eu tinha alguns desafios pela frente: a silhueta do André ser reconhecida, a areia parecer estar úmida, representar as pequenas ondas ao longe e o brilho do sol refletido na água. [...] entregar esta arte para o meu irmão foi o momento mais emocionante, em que ele conseguiu apenas dizer, em meio às lágrimas: Consigo sentir a brisa... Este trabalho tem alma!”.
Brincando no pôr do sol (@simonedemoraes.arte)

Todas essas camadas (seja de lápis de cor ou de emoções), me foram explicadas durante uma das aulas com o a Si e outra colega de turma. Neste momento emocionante, pude descobrir todo o processo e detalhes que envolveram a concepção desse projeto. Cada técnica e material empregado e os desafios enfrentados e muito bem superados pela artista, já que o resultado ficou fora do comum. Mas não pensem vocês que conseguir gerar emoções positivas é um processo fácil para o artista, isso depende de muitas variáveis que não podemos controlar.


Objetivamente as emoções são resultantes de alterações químicas no nosso cérebro a partir de estímulos externos que os nossos sentidos recebem. Essas alterações culminam com mudanças no processo perceptivo, na tomada de decisão e no nosso comportamento. Elas são fundamentais na vida, nos induzindo ao julgamento a partir de informações imediatas. Quando uma arte nos emociona, ela está despertando em nosso cérebro reações que são associadas com aquilo que conhecemos, isso muda a forma como nos sentimos e pensamos. Por isso, compartilhamos um pouco da sensação de brisa percebida pelo irmão da Simone, já nossa memória afetiva é resgatada, estabelecendo uma conexão imediata.


Em relação à técnica, a artista comenta que “apesar do desenho ter como referência uma fotografia, muito trabalho há de ser feito quanto a representação pictórica e a melhor composição. Cada detalhe da imagem é estudado para eu compreender qual será a melhor técnica a usar e qual o lápis que será mais adequado. Quando falamos em lápis de cor eles podem ser permanentes ou aquareláveis. E no caso dos permanentes, que são os que eu uso, eles podem ser a base de cera ou a base de óleo. Base de cera as minas são mais macias, a base de óleo as minas são mais firmes. Portanto, é de extrema importância conhecer o material para saber a melhor forma de trabalhar cada parte da referência. A técnica do lápis de cor requer muitas camadas de aplicação da cor para a construção da profundidade dos elementos. É um material que precisa de gentileza e persistência, mas traz um resultado que emociona.”


A sensibilidade da Simone em captar essa essência e comover o observador, vem de uma trajetória de insistência e de acúmulo de memórias afetivas. Mesmo sendo uma criança apaixonada por educação artística e lembrando até hoje dos seus primeiros materiais (inclusive o cheiro deles!), a vida a conduziu por outros caminhos profissionais, mantendo a arte em segundo plano. Somente nos últimos anos é que pôde se dedicar integralmente à arte do lápis de cor. “A cada novo trabalho tenho conquistado tanto novas técnicas quanto admiração, o que é quase impossível de mensurar minha alegria.”


Atualmente, além das encomendas, a Simone tem se desafiado a compartilhar seus conhecimentos (através de cursos, mentorias e workshops) com pessoas que demandam interesse em aprender um pouco mais sobre a técnica do lápis de cor. Com um método personalizado, ela se dedica de forma individualiza aos seus alunos, garantindo não só o aperfeiçoamento artístico, mas também o aumento na crença em si mesmo. Como sempre digo, eu tenho a melhor professora e posso provar!


Que saber um pouco mais sobre a Simone? Dá uma passadinha no site dela ou segue nas redes sociais.


Até a próxima, colormores.

 

A primeira versão deste texto foi publicada na Revista "Canto das Artes", no período em que fui responsável pela coluna "Percepção Ativa".

 

Artista: Simone de Moraes (@simonedemoraes.arte).

Obra: Brincando no pôr do sol, pintura feita em lápis de cor.

Texto: Brena Renata (@brenarenata_color).







70 visualizações2 comentários

2 Comments


Guest
Jun 05, 2023

Que matéria sensacional!

😉😉

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Brena Renata
Brena Renata
Jun 05, 2023
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Muito obrigada ;)

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